A minha vida mudou substancialmente nos últimos dois anos. Aliás, eu mudei substancialmente. Percebi, entre outras coisas, que um dia inteiro passado no escritório, sem ter tempo para mais nada, não é vida para ninguém. Que não é normal passar um dia inteiro a trabalhar, comer qualquer coisa em frente ao computador e chegar a casa e só desejar a minha cama. Percebi que há outras coisas bem mais importantes, tão importantes como o ar que respiramos. Larguei velhos e maus hábitos. Adquiri outros bons e saudáveis. Reorganizei-me, reprogramei-me, comecei de novo. Fiz um reboot na minha vida. Mentiria se dissesse que o facto de ter chegado aos 30 não teve influência nesta mudança, porque teve. E muita. Algures numa praia deserta na Sardenha, no único momento em que estive sozinha nesse dia, apercebi-me que queria mais. Que queria muito mais. Mais tempo, mais sorrisos, mais amor, mais energia, mais evolução. E apercebi-me, ao mesmo tempo, que queria menos também. Muito menos. Menos bens materiais, menos preocupações, menos compromissos, menos pessoas tóxicas na minha vida, menos constrangimentos e dilemas.
Pelo caminho,
larguei o café, as pastilhas elásticas e os refrigerantes. Rendi-me aos
vegetais, frutas e legumes. Os sumos verdes ao pequeno-almoço são agora os meus
melhores amigos! Passei a acordar mais cedo e a sentir os benefícios do yoga e
da meditação logo pela manhã. Dei os primeiros passos na corrida (bem lentos no
início) e já não passo sem ela, pelo menos, duas vezes por semana. Desfiz-me de
tralhas e de coisas que já não usava. Que ocupavam mais espaço mental que físico.
Tenho uma casa minimalista, com o essencial, livrei-me do excesso e das coisas
supérfluas e sem significado. Não tenho candeeiros nem cortinados mas sou
feliz. A família e os amigos dão-me a luz necessária e protegem-me dos olhares
curiosos. São o meu núcleo vital e o pilar essencial para que eu não tombe para
o lado. Reinventei-me e investi na minha formação, não só profissional mas,
essencialmente, pessoal. Fiz vários workshops e cursos nas mais diversas áreas,
li (e ainda leio) muito e (quase) todos os dias e tenho mil e um projectos para
o futuro. Sinto-me viva, sinto-me abençoada e, principalmente, muito grata por
todas as oportunidades que a vida me tem dado. Investi em mim e nos meus. Parei
para pensar, comecei a agir.
Sei que não
cheguei ao destino e que ainda tenho um longo caminho a percorrer mas também não me importo. Estou a adorar a viagem!
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