Estou furibunda com as lojas de noiva que existem por esta Avenida da Liberdade fora. Eu, na minha santa ignorância e ingenuidade, sempre achei que uma noiva seria tratada como uma princesinha numa loja destas. E que seria apaparicada por toda a gente, o alvo de todas as atenções, que o atendimento seria feito da forma mais atenciosa e preocupada humanamente possíveis e que nem sequer os mais pequeninos detalhes seriam descurados.
Parece que, afinal, estava redondamente enganada e não foi nada disto que aconteceu! E aqui a estúpida, em vez de dar meia volta e sair porta fora [esperando primeiro que lha destrancassem com toda a gentileza, claro!], acedeu a experimentar uns quantos vestidos num cubículo ínfimo, com umas luzes que mais pareciam uns holofotes da construção civil a incidir mesmo no centro desta cabecinha angustiada. Pior, nem sequer pude sair do provador para ver como me ficava a quase dezena de vestidos que experimentei! Regras da casa, informou-me a energúmena que me atendeu. Enfim, uma frustração. Saí de lá completamente desencantada e não houve um único vestido com que me sentisse "noiva".
Umas lojas mais abaixo, nova marcação agendada para as cinco. A noiva antes de mim estava atrasada e fui vendo o catálogo em busca do vestido perfeito. "Esse não temos", "esse também não", "esse foi descontinuado", "esse está emprestado a uma outra loja", .... Lá consegui seleccionar alguns, de entre o terço que ainda existia da colecção DESTE ANO e, feita a selecção, informam-me que tenho apenas uma (uma?!?!) hora para experimentar os vestidos. Uma hora? Mas isto cabe na cabeça de alguém? Se há coisa que eu preciso é de NÃO me sentir pressionada a experimentar o vestido que me vai levar ao altar...
Quer dizer, uma pessoa passa anos a escolher o marido ideal. Experimenta, experimenta, troca, deita fora, prova (e põe à prova, claro!), volta a experimentar até finalmente se decidir e depois QUEREM QUE ESCOLHA O VESTIDO NUMA HORA? Está tudo doido, só pode!