30 de outubro de 2009

À noite em Lisboa


Mudei-me para Lisboa há, mais ou menos, ano e meio... uma mudança necessária que há muito se impunha mas que só no passado ano, por inúmeras circunstâncias, foi concretizada. Lisboa já faz parte da minha vida desde a altura em que vim para a faculdade. Viagens diárias de ida e volta que me roubavam sempre, no mínimo, duas horas do meu dia. Terminei o curso e comecei a estagiar em Lisboa e por cá fiquei. A rotina diária manteve-se e, no cômputo geral, andei cerca de nove anos a deslocar-me de um lado para o outro.

Até que no ano passado me mudei. Não foi fácil, confesso. Não é aqui que está a minha família nem o meu namorado [pelo menos, numa base permanente] nem os meus amigos nem os sítios do costume. E, portanto, a tendência nos primeiros tempos foi a de encarar aquele espaço a que agora chamo home sweet home como um quarto de hotel. Via-o como um sítio temporário, impessoal, onde passava a semana, apenas por razões de comodidade e proximidade do local de trabalho e sempre, sempre a pensar no fim-de-semana...

Mas, desde há uns tempos para cá, decidi mudar de atitude. E desbloquear o preconceito que criei em relação a esta cidade. Lisboa pode não ser o meu local de eleição para viver mas, enquanto por cá estiver, vou aproveitar esta cidade ao máximo e explorá-la em pormenor, tal e qual como faço com todas as outras cidades que visito e tanto adoro!

E eu vivo numa zona bonita e central, entre o Marquês e o Princípe Real, e que tanto tem por descobrir. O que me coloca numa posição privilegiada que não posso continuar a ignorar. E por isso, ontem, pela primeira vez desde que cá estou a tempo inteiro, decidi fazer uma caminhada por Lisboa à noite. E adorei o que vi e o que senti. Os cheiros e as cores da cidade. As pessoas, diferentes e apressadas. O pulsar constante que a inunda de boas vibrações... os edifícios novos, os reconstruídos e os abandonados que lhe dão uma aura especial... a música no ar que animava as gentes nas esplanadas dispersas... as ruas iluminadas e os becos escuros e cinzentos... as calçadas irregulares...

E eu gostei. Gostei tanto. Home sweet home

foto de anaPaipita

objectos que falam #2













A capa quase desfeita.

As folhas envelhecidas, tingidas de um amarelo torrado, já seco, encontram-se manchadas com o sal das suas lágrimas.
Pequenos triângulos vincados em algumas páginas. Marcam-nas no canto superior direito.


Palavras que, decerto, lhe ficaram cravejadas na alma.
Palavras que, decerto, acompanharam os seus últimos dias de solidão e desespero.


Leu-o até ao fim.
O rasto salgado comprova-o.


Mas sei que morreu feliz. Não podia ter escolhido melhor companhia.

29 de outubro de 2009

The soloist



Marcou-me.


E fez-me recordar as premissas em que o amor e a amizade se devem basear...

28 de outubro de 2009





Vivo, há anos, numa ânsia constante em ser magra*. Aliás, o que eu queria mesmo era ser alta e magra. Alta, tornou-se manifestamente impossível a partir do momento em que atingi a minha altura máxima, que é a que hoje ainda tenho [parece-me razoável poder afirmar, com um elevado grau de certeza e convicção, que, com vinte e oito anos, já não crescerei nem mais um centímetro!].
Agora quanto a ser magra, confesso que ainda não perdi a esperança. Nem o apetite...

[e acho, tenho cá para mim, que é precisamente aqui que reside o problema...]



*uma ânsia que, a certa altura, se transformou numa doença perigosa [felizmente há muito ultrapassada] e que me levou até ao "Outro Lado do Espelho".

Ausência (in)justificada



Não, não vou justificar a minha ausência. A ausência que me tem afastado de mim e daqui e do mundo que me rodeia... que me tem toldado o pensamento como se, por osmose, se incorporasse numa garrafa de um qualquer vinho tinto e me obrigasse a sorvê-lo lentamente ...

Esta ausência que me deixa triste e insegura... e me retira as emoções. Que me transforma num autómato e me faz passar pelas coisas sem as conseguir sentir. Que me faz perder a capacidade de apreciar e assimilar o que a vida tem de bom. Que faz o meu corpo avançar sozinho, errante, sem destino nem direcção...

Às vezes tenho a sensação que me perdi algures no caminho. Que existe alguma parte do percurso onde trocaram as setas de orientação e me fizeram percorrer o trilho errado... Que me obrigaram a andar à deriva. Até agora.

Dias há em que volto atrás [julgo eu] e retomo a direcção correcta. Outros em que, inconsequente e despreocupadamente, sigo em frente. Dias em que simplesmente caminho e em que, de uma forma rotineira e mecânica, faço tudo aquilo que é suposto fazer. Durmo, alimento-me, trabalho e executo as tarefas básicas do dia-a-dia. Regresso a casa e durmo outra vez. Acordo no dia seguinte e é tudo igual...

E eu quero mais que isto. Quero voltar atrás no percurso e seguir o trilho correcto. [às vezes é preciso andar para trás para poder seguir em frente.]

Ou então não. Perante a impossibilidade de conseguir regressar ao sítio certo ou face à eventualidade de o mesmo já nem sequer existir, o melhor mesmo é construir o meu trilho a partir daqui. A partir do agora.

E, portanto, eu vou em busca da felicidade pura. Mas com toda a emoção do mundo.
E vou pôr sentimento em tudo aquilo que faço porque só assim conseguirei absorver a essência de todas as coisas. Vou voltar a sorrir infantil e despreocupadamente. Deixar de me preocupar com o que os outros pensam de mim. Vou ser mais tolerante e compreensiva. Vou deixar de ser insegura e complexada. E não vou deixar que a tristeza e a apatia me suguem a alma. Vou seguir em frente, determinada e de cabeça erguida, e fazer tudo o que me der na real gana.
Sem me preocupar com as consequências.

Porque quero... andar descalça quando me apetecer e tomar banhos de mar no Inverno, nas praias desertas de gente... sentir a água fria a gelar-me os ossos e a purificar-me a alma... passar noites sem dormir só para ver o nascer do sol... dormir ao relento na relva húmida, a suspirar com as estrelas... meter-me dentro do carro e viajar sem destino só porque sim. Sem justificações.... viver sem arrependimentos e sem sentimentos de culpa

E quero absorver todos os sorrisos e energias positivas à minha volta e distribuí-los em triplicado!

E, quando chegar o dia, vou olhar para trás e arrepender-me de mil e uma coisas. Mas nunca de ter vivido intensamente! Com toda a emoção do mundo...


Imagem: http://br.olhares.com/ausencia_foto848525.html


Artista: u m b r i a

22 de outubro de 2009

restart



Hoje é um bom dia para fazer um restart na minha vida. Para passar, finalmente, da teoria à prática. Para delinear ideias, definir estratégias e configurar opções. Para enterrar as mágoas e sepultar os dilemas. Para renascer das cinzas. Volto em breve com as ideias no devido lugar.

21 de outubro de 2009

palavras soltas



Eu gostava que o tempo perdurasse no tempo...
que nele próprio se incorporasse, absorvendo-se a si mesmo... 
e gostava que o hoje, amanhã, pudesse ser o ontem
para que o amanhã, depois, pudesse ser o hoje que não foi...


20 de outubro de 2009

um dia destes...



...deixo de comer doces e guloseimas. Hoje é o dia.

pequenos momentos



Hoje já fui espancada com o olhar por ter referido o quanto adoro estes dias assim e as saudades (muitas) que tinha da Senhora chuva...

Talvez seja uma manifestação do meu lado mais "dark" e melancólico mas o facto é que eu gosto mesmo dos dias de chuva. Porque, para mim, acordar com o som das gotas de água a despenharem-se no chão do terraço e a baterem à janela do meu quarto, querendo despertar-me em surdina, é das coisas mais deliciosas com que a Natureza me pode brindar... e o que eu deliro com estes sons, ao acordar assim, ensonada, quentinha e enroscadinha no G...

E se a tudo isto pudesse juntar o meu sofá com vista para o mar, a minha mantinha verde alface (quentinha como só ela), a insustentável leveza do ser e o dave matthews e o tim reynolds live at luther college, então aí o meu dia seria, simplesmente, perfeito...

Porque são estas coisas simples que me fazem feliz...

19 de outubro de 2009

Ponto de situação*




Estive o dia inteiro a pensar nisto. A questionar-me por que existes. A tentar descobrir a razão pela qual te dei vida.

E às vezes esqueço-me, confesso. Iludo-me e encho-me de vaidade, visitando-te vezes sem conta, quase compulsivamente, à procura de quem andou à espreita ou por cá deixou uma mensagem... mas depressa desço à terra e realizo que existes para mim, como um complemento... porque me fazes bem e porque me fazes falta... porque são inúmeras as vezes em que me fazes levitar e sentir assim soltinha, soltinha...

Porque preciso de ti para expressar o que sinto cá dentro e que, de outra forma, permaneceria guardado como até então... para revelar segredos, para partilhar crises existenciais e angústias, para soltar desabafos e palavras desconexas, para ser eu como só eu sou...

E sei que já não vivo sem ti. Nem sem os teus pares, que religiosamente visito todos os dias. Porque esses também já fazem parte de mim. E, porque no meu imaginário, conheço bem as pessoas por detrás dos posts neles publicados. E delas também sinto a falta quando não os visito tão regularmente quanto queria... 

E é por tudo isto que existes. E também por me camuflares em ti e por não revelares ao mundo a minha identidade... porque, afinal de contas, tu e eu só na minha clandestinidade perduraremos...

*ou a razão da tua existência

Porque há dias assim...


perfeitos, perfeitos, perfeitos. E mágicos...

E ontem foi um deles. Acordámos tarde (ao contrário daquilo que tínhamos combinado na noite anterior...). Arrastei o G. da cama, preparámos a mochila, prancha de surf dentro do carro e lá fomos nós.

Decidimos ir para a "nossa" praia. Ele, eu e a parte de baixo do meu biquini...
A praia estava deserta (se não contarmos com as dezenas de gaivotas que se encontravam no areal...). E foi dos melhores dias que passei na praia. Já não consigo recordar com exactidão as vezes que fui à água. Mas lembro-me que cada mergulho era ainda mais retemperador que o anterior. E lavei a alma. E senti-me bem, mesmo muito bem...

Aproveitámos o dia ao máximo. Namorámos muito, corremos pela praia feitos tontos atrás das gaivotas, pusemos a leitura em dia e descansámos...

Terminámos o dia no terraço do surf camp a partilhar uma caipiroska de manga e a contemplar o pôr-do-sol e os surfistas que ao longe ainda competiam... E a sensação de bem estar foi única e maravilhosa. E transcendeu-me. E fez-me sentir uma sortuda por poder viver dias assim....

O único senão: o acesso àquela praia é feito pelos rochedos e, portanto, hoje estou que nem posso... subir e descer rochas, tentando manter o equilíbrio não é fácil. Fortalece os músculos, é um facto. Mas dói, dói muito.


Foto by Miss Strawberry

16 de outubro de 2009

only a surfer knows the feeling...



... e eu quero poder dizê-lo com toda a legitimidade do mundo. Quero ter o direito de o fazer. De coração. De sentimento e de verdade.

Porque esta é, sem dúvida, uma forma de estar na vida que me fascina e desconcentra. Que me faz sonhar por uma vida diferente... que me absorve os pensamentos e me faz desejar ter uma alma pura e um mundo azul...

Porque quero a forma despretensiosa e despreocupada com que encaram o dia-a-dia a percorrer-me as veias. Porque quero, por inteiro, o contacto com a Natureza, quero o Mar como amo e senhor, quero sentir o espírito livre e descontraído em todas as minhas entranhas...

Porque depois de ter passado por Bali, a minha vida nunca mais foi a mesma... porque me fez sentir prisioneira no meu próprio corpo quando tudo o que quero é libertar-me assim...

Porque me fez desejar ter o espírito surfista no corpo e na mente, de alma e coração... e porque me fez querer ter esse espírito instalado em todos os movimentos, em todos os impulsos e em todas as reacções.


objectos que falam #1




A moldura castanha de madeira escura que abraça a velha fotografia está tão velha quanto ela. Julgo até que estão juntas hoje como sempre estiveram desde o dia em que aquela fotografia a preto e branco foi tirada. Antiga, carcomida e bafienta, já quase não revela a figura que nela, outrora, foi estampada.
Está despigmentada e já só revela um vulto. A sua cara, já quase imperceptível, deixa ainda transparecer os seus contornos arredondados. E a tua farda. E as tuas medalhas.

Mas já não consigo ver os teus olhos doces... Os olhos que só a mim revelavam doçura e carinho. Compreendo que para os outros pudessem apenas revelar frieza, distanciamento e crueldade. Bem sei que o cargo militar que ocupavas e que deu nome a esta família assim o exigia. Mas sinto a falta dos teus olhos doces, que me acalmavam. E tenho saudades tuas, Avô...


foto daqui: http://livrosealfinetes.files.wordpress.com/2009/01/ft_mslmisc_06_l.jpg

15 de outubro de 2009

hoje não é o dia

Há dias em que parece que tudo nos acontece. E há outros em que tudo nos acontece mesmo!

Pensava eu que o pior que me tinha acontecido hoje era ter vindo para Lisboa de manhã e me ter esquecido do telemóvel em casa do G. (que, by the way, vive na Ericeira). Mas não, como se isto não bastasse, eis que também me esqueci das chaves da minha própria casa dentro do meu próprio carro que ficou estacionado à porta de casa... dele!

E o que pode ser pior do que isto??? Só mesmo o facto de não o conseguir contactar porque também ele, pelos vistos, se esqueceu do telemóvel em casa...

E agora, durmo na rua?!?

Hoje não é, definitivamente, o meu dia...

Coisas de que eu não gosto #1

Há coisas de que eu, definitivamente, não gosto.
Ele dizer-me "queres parar com isso? Pareces a minha mãe!" é uma delas.

orgulho nacional

Fui só eu que deixei escapar uma lagrimita ao ouvir 28 mil pessoas a cantar o nosso hino num coro perfeito? É que fiquei mesmo emocionada... arrepiadinha, até.

(e a esperança renasce...)

13 de outubro de 2009

...confissões ao luar...



A noite fria invade-me o quarto. Entra, ao de leve, pela janela pequenina do sótão. Pede-me um cigarro. Faço-lhe companhia na clandestinidade. Partilhamos segredos, desabafos, sonhos perdidos e esquecidos no tempo. Recordamos juntas a solidão que, por vezes, nos assolava e teimava em se instalar dias e dias a fio. Tenho saudades dessas noites...



12 de outubro de 2009

barata tonta


Hoje não estou nos meus dias. Sinto que me começa a faltar tempo. Sinto-o a deslizar por entre os meus dedos, como se da areia mais fina do mundo se tratasse. Começo a ver os meus próprios projectos a engalfinharem-se uns nos outros. Como se de galos se tratassem, numa daquelas típicas e horrendas lutas a que quase assisti em Nusa Lembongan. Onde aquele que não sucumbir, segue em frente...

Bem sei que pode parecer estupidez mas são tantos os sonhos que quero realizar (não imaginam o tamanho da minha to do list) que julgo não ter tempo para os concretizar a todos... na altura ideal.

Porque gostava de tirar o Mestrado mas acho que não o devia fazer antes do casamento... Porque quero fazer uma viagem de volta ao mundo mas só depois do casamento e do mestrado e antes de ter o meu primeiro baby... Porque se casar, tirar o mestrado e fizer a viagem de volta ao Mundo com os intervalos de tempo que mentalmente conjecturo, já será tarde para um primeiro filho... Porque isto e porque aquilo. Porque, aparentemente, por cada uma das coisas que opte fazer, outra se perderá pelo caminho...

E eu tento definir as prioridades. E escolher o que será melhor para mim (nós). E, se por um lado, eu e o G. queremos casar, fazer a nossa rtw (de forma a conseguirmos escolher O sítio onde queremos que os nossos filhos cresçam, com uma vidinha descontraída e de pezinho na areia) e seguir o nosso projecto, por outro lado penso que sentido fará continuar a apostar na minha carreira profissional quando no fim, o que eu realmente quero, é ter um surf camp e um barzinho numa praia algures (ou em nenhures)? 

É por tudo isto que hoje me sinto uma barata tonta... muito tonta...

9 de outubro de 2009

momentos zen


Hoje tive a minha primeira sessão de yoga. Já há muito que queria experimentar e hoje foi o dia.

(yoga é apenas uma de milhares de outras coisas que quero experimentar! Andava há meses a matutar nisto. Ando sempre a querer experimentar coisas novas e a matutar nelas, até que finalmente me decido...). Adiante.

Adorei a aula. Estou zen. Muito zen. Descontraidíssima. (Tão descontraída que nem me apetece trabalhar...) Mas venho de lá meio aborrecida. Um pouquinho desiludida, até...

Era a única aluna nova. Nunca tinha feito uma sessão de yoga (pelo menos, de forma séria). E não me explicaram nada. Nem os chakras, nem os mantras, nem as posições. Nada. E eu pergunto: não era suposto haver uma abordagenzinha inicial para os novatos? Só assim para explicar o significado do yoga e dos conceitos associados?!?
Ou então era eu que já devia ter ido com a lição estudada... O que é certo é que limitei-me a tentar imitar os outros alunos e a professora.. nos exercícios, na respiração, nos sons e posições que faziam... E confesso que estava à espera de algo muito mais espiritual e transcendente...

E, como não estou satisfeita (e não sou pessoa para desistir de nada), vou fazer a minha própria pesquisa e investigação e para a semana experimento novamente com outro professor. Só assim para tirar as teimas...

8 de outubro de 2009







Tenho saudades de dançar debaixo de chuva. De ficar com a roupa colada ao corpo de tão encharcada. De sentir as gotas de água fria a escorregar pelo meu rosto. De sentir a felicidade pueril de ter feito algo que não é suposto...  


7 de outubro de 2009




Perdi ontem a pulseira que me acompanhava todos os dias há cerca de três anos.
E com ela perdi também uma pequena parte de mim....
Estou triste.
Detesto perder coisas!

6 de outubro de 2009

Sandálias à chuva

Acordei cedo. Tinha um trabalho importantíssimo para terminar até à hora de almoço. Espreitei pela janela e vi o chão todo molhado. Dia de chuva, portanto.

Planeio rapidamente o que vestir e, principalmente, o que calçar. (confesso que ainda não fiz a célebre troca de roupas e calçado entre estações e, portanto, os armários lá de casa ainda me presenteiam com outfits leves e descontraídos)...

Decido-me por um vestido e uns sapatinhos lindos que adquiri recentemente. Perfeito!

Não, tudo menos perfeito. Pois no exacto momento em que me preparo para calçar o sapatinho, eis que reparo que o dispositivo do alarme ainda vinha atrelado ao mesmo! Bem sei que as tachas estão na moda mas o cenário era demasiado ridículo.

Agora já estava mega atrasada e tinha MESMO de ir para o escritório.
Alternativa: um outro par de sapatos que tinha lá em casa (mas que têm um salto finíssimo e que me magoam horrores) ou as sandálias prateadas lindas de morrer que me têm acompanhado este Verão e que, além disso, são super confortáveis?

Escolha feita: as sandálias. Escolha deveras ridícula mas a única possível naquelas circunstâncias...

E assim foi, hoje saí à rua de sandálias. Num dia de chuva. E toda a gente olhou para mim. Aliás, para os meus pés. (eu até os compreendo, só uma louca saíria à rua de sandálias num dia como o de hoje!). E senti-me deslocada e só me apetecia enfiar-me num buraco qualquer. Rezei para que não passasse por mim ninguém conhecido. E descobri, à minha custa, por que motivo não se calçam sandálias em dias de chuva. Não, não é só para evitar que os pés se molhem. É porque as p*tas das sandálias não aderem ao piso molhado e, portanto, hoje fiz o percurso todo até ao escritório num misto de bailarina profissional no gelo, a deslizar pelo chão de calçada portuguesa como se não houvesse amanhã, e um jogador de hóquei em patins a tentar a todo o custo travar a fundo de forma a não se espetar contra os painéis publicitários!

Só a mim é que estas coisas me acontecem!

Este fim-de-semana foi...

... provavelmente, o melhor dos últimos tempos!

Saída de Lisboa, na 6.ª feira à tarde, rumo à Costa Vicentina. Como eu adoro a Costa Vicentina!
Raios de sol desabrochavam entre as copas das árvores para nos saudar à passagem. Imagens que ficam presas na retina e se transformam num quadro que só a nossa mente absorve...

Chegada à Arrifana, ao entardecer. Um pôr-do-sol entrosado com uma neblina fresca cumprimentaram-nos à chegada.
A praia, uma das mais belas que conheço, também esperava por nós...

Trago na memória a boa notícia à chegada... (parabéns C.)
... a simpatia com que nos brindaram no L-Colesterol...
... as noites escuras onde uma lua redonda e gigante foi sempre a verdadeira protagonista...
... o cheiro a urze, eucalipto e a mar...
... as garrafas de vinho que se evaporaram sem darmos por isso...
... entre conversas soltas, confissões vindas do nada, brindes e desabafos...
... os inúmeros momentos de partilha e de descontracção...
... o pó nos carros (adoro!) que serpenteiam as estradas de terra batida...
... a Carrapateira e a Praia do Amado...
... as aulinhas de surf...
... aquele ambiente fantástico e que me deixa tão feliz...

E regresso ao trabalho, assim, revigorada. Estava mesmo a precisar de um fim-de-semana assim...

2 de outubro de 2009

Desculpa mana

Eu não queria ter falado daquela forma. Aos teus olhos, agressiva e prepotente... Sei que odeias quando o faço. Mas tu também não facilitaste e não me deste outra hipótese.
E a agressividade e prepotência não existiram. Tu é que achaste que sim. 
Agora sei que estás triste e eu não queria.
Agora, sem saber bem porquê, pesa-me a consciência.

Às vezes esqueço-me que ainda não aprendeste a lidar com a entoação das minhas palavras. Talvez um dia sejas capaz de não levar tão a peito as coisas que te digo com a mais pura das leviandades...

1 de outubro de 2009


Cavalos. Bisontes. Mamutes.
São os seres que habitam o andar por cima do meu. 
Aka vizinhos...

...Que bem podiam ir passar umas férias para bem longe.
 Ou, simplesmente, calçar umas pantufas!

Ultimamente ando tão assustadiça...




... que, por diversas vezes, on my way home, na penumbra da noite, me assusto com a minha própria sombra reflectida no alcatrão cinzento.



O que não abona muito a meu favor... Medo, muito medo.

Pensar antes de agir (repetir 100 vezes)!


Pensem bem antes de tentar impressionar o vosso chefe com as horas a que saem do escritório. É que o feitiço pode virar-se contra o feiticeiro e em vez de fazerem um brilharete por estarem a sair às nove e meia da noite, saem de lá com uma quantidade de trabalho que nunca mais acaba e que ainda por cima tem de ficar pronta para ... ontem!

É que só mesmo alguém muito BURRA para fazer isto. Assim alguém tipo EU...

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